segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Da democracia á ditadura



Da democracia à ditadura

O governo Jânio Quadros 

Em 1960 Jânio Quadros foi eleito presidente do Brasil. Jânio não conseguia colocar em prática seus projetos ,pois não tinha maioria no congresso, depois de eleito ele rompeu com o principal partido político que o apoiava a União Democrática Nacional UDN.
Em agosto de 1961 depois de assumir a presidência Jânio renunciou ao cargo.


As contradições marcaram o autoritário e conservador governo de Jânio Quadros.



Movimento pela legalidade

João Goulart conhecido como Jango deveria assumir a presidência Ministro do Trabalho no governo Vargas.

Aproveitando-se da ausência do vice-presidente políticos conservadores e militares tentaram impedir sua posse, alegando que seu governo seria controlado pelos sindicados.

Deputados, alguns governadores, líderes sindicais e empresariais, além de entidades como a união nacional dos estudantes, essa campanha que teve a adesão de alguns generais do exército e contou com passeatas e comícios públicos.

O PARLAMENTARISMO FORÇADO

Pressões do movimento pela legalidade reduziram os poderes de Goulart , com a instituição do parlamento no país, parte do poder executivo foi transferida para o primeiro-ministro, descontentes os partidários de Jango iniciaram uma campanha pelo retorno do presidencialismo.
Em janeiro de 1963, um plebiscito definiu a reinstalação do regime presidencialista.


AS REFORMAS DE BASE

Goulart pretendia implantar as chamadas reformas de base, a mais polemica delas era:
* a reforma agrária: que pretendia distribuir terras aos pequenos agricultores ; 
* a reforma tributária que era cobrar mais de quem ganhasse mais; controlar a remessa de lucros das empresas para o exterior.
No campo, a campanha em defesa da reforma agrária era liderada pelos sindicatos e confederações, já nos centros urbanos, sindicalistas, e estudantes promoviam manifestações de apoio às reformas.
No Rio de Janeiro, em 13 de março de 1964 diante de mais 300 mil pessoas Jango prometeu acelerar a realização das reformas de base e convocar uma Assembleia Constituinte.
A oposição ao comunismo estava relacionada aos princípios da doutrina de segurança nacional , contra um suposto ‘‘movimento comunista internacional ’’ que foi desenvolvido em cooperação cm academias militares norte-americanas e estava ligada ao contexto da guerra fria.
Durante o governo de Goulart a inflação chegou a 90% ao ano. Em abril de 1964 ele foi deposto por um golpe militar. Internamente a derrubada do presidente recebeu apoio dos membros das elites econômicas e de parte das camadas médicas, que já vinham se manifestando contra o governo João Goulart.


OS ATOS INSTITUCIONAIS E A REPRESSÃO

A partir de 1964 as eleições diretas para os cargos de governadores e presidente da república foram abolidas. Os prefeitos capitais e das áreas consideradas de segurança nacional passaram a ser nomeados pelos governadores. Os partidos políticos foram extintos e instituíram-se duas agremiações partidárias: a Aliança Renovadora Nacional(Arena) o regime , e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) que reunia os membros da oposição parlamentar.
Os militares promoveram também, uma ampla perseguição aos líderes sindicais, realizando cassações de mandato e prisões. As greves foram proibidas e alguns sindicatos fechados.
Em agosto de 1968, foram presos centenas de jovens da União Nacional dos Estudantes (UNE), no qual seriam definidas estratégias de combate à ditadura, alguns órgãos da imprensa e ordens religiosas integraram-se ao movimento de oposição pacífica
Em 13 de dezembro de 1968 , o executivo fechou o Congresso, cassou mandatos de deputados e senadores, regulamentou a censura a jornais, rádios, redes de televisão, teatros, filmes e músicas. Os militares passaram a intervir nas universidades e a vigiar professores para identificar opositores ao regime. Várias pessoas foram pressas com base apenas em suspeitas e torturadas com o intuito dede confessarem sua participação em atividades subversivas.

RESISTÊNCIA A DITADURA

Apesar das perseguições havia grupos de estudantes, com o apoio de vários setores da população, que organizaram uma das mais importantes manifestações pacificas chamada ‘‘ passeata dos cem mil ’’ realizada em junho de 1968 no Rio de Janeiro.
A resistência dividiu os membros da oposição. Os mais moderados defendiam uma resistência pacífica , outros criaram organizações políticas que optaram pela luta armada contra a ditadura.
Essas eram formadas, por estudantes, intelectuais, líderes operários e militares, cassados pelo regime militar.
Alguns deles assaltaram quartéis, lojas de armas e bancos para arrecadar dinheiro para o financiamento da luta contra os militares.
Guerrilheiros sequestraram embaixadores dos EUA, da Alemanha ocidental, da Suíça e do cônsul do Japão em São Paulo. Para soltá-los, exigiram a libertação de presos polícos e a leitura, pelo rádio e pela televisão, de manifestos contrários ao regime militar.

VIOLÊNCIA E TORTURA

Os militares estabeleceram censura prévia nos meios de comunicação. A lei de segurança Nacional foi instituída a pena de morte e de prisão perpétua. As forças Armadas criaram órgãos de repressão , especializados na tortura como o Destacamento de Operações Armadas(DOI) e o Centro de Operações de Defesa Interna (CODI) os Departamentos de Polícia dos Estados e a Polícia Federal.
Também foram criados Grupos paramilitares que eram financiados por banqueiros e empresários, para combater os guerrilheiros.
As organizações oficiais e parlamentaristas realizaram uma violenta repressão contra os opositores do regime militar. Muitos brasileiros foram expulsos do país ou se exilaram buscando escapar da repressão.

A UNE E A POLITIZAÇÃO DA ARTE

Antes do golpe militar os aristas brasileiros faziam peças e musicas falando sobre o modo como viam o Brasil em relação a cultura, problemas com a política tudo diretamente para ser compreendido por todos com facilidade, contudo após o golpe militar eles foram proibidos de se expressar abertamente se sua opinião fosse contra o militarismo, isso fez com que eles começassem a mostrar oque acham através de um modo diferente isso é com duplo sentido como foi o caso da série Cadernos do povo brasileiro que abordava temas em relação a reforma agrária e etc...
Nessa época também se originou a jovem guarda.
Que já não era virada para a politização mas sim para os jovens. Ela falava sobre amor, amizade, angústia, anseios cotidianos e muito mais. Seu estilo musical era o rock, as canções canalizavam a rebeldia juvenil exaltando m niverso de festas, biquínis atrevidos, garotas ousadas e garotos com cabelos longos. Se tornou mais importante que o rádio como meio de comunicação em massa. 




Economia: mudanças na infraestrutura.

Os militares colocaram em pratica uma nova politica economica, essa politica economica tinha o objetivo de forcar a queda da inflação e provocar um surto de crescimento.
Com o apoio dos Estados Unidos, o governo militar conseguiu atrair investidores e ampliar os prazos para o pagamento da divida externa. Facilitou a retomada das concessoes de credito, com a cobranca de juros relativamente baixos pelos emprestimos. Essa politica economica o governo estimulou uma forte entrada de capitais estrangeiros que buscavam lucros faceis no pais. Parte dos emprestimos externos foi utilizada para investimentos em producao de aço, petroleo, petroquimica e energia, especialmente no setor hidreletrico. As siderurgicas e a Petrobras investiu em pesquisas, descobrindo novos campos de petroleo. Foi ainda estabelecida uma ampla rede de telecomunicaçoes(telefonia, televisão e satelites), que permitiu a integração dos mais diferetes pontos do territorio brasileiro.

Economia: a industrialização

Os capitais estrangeiros foram utilizados também na ampliação e modernização das industrias, no setor de bens, como automóveis e eletrodomesticos. O governo militar procurou atrair empresas estrangeiras,criando aumentos nos salários dos trabalhadores. As greves foram proibidas, transformadas em crimes contra a segurança nacional, e a lei de estabilidade no emprego. O aumento da pobreza, o pais entrou em um novo período de crescimento industrial. O governo desvalorizou a moeda nacional em relação ao dólar, estimulando as exportações.

A exploração da Amazonia

O governo determinou grandes obras de infraestrutura, como rodovias e portos. Sem respeitar os direitos dos diversos povos indígenas, grandes porçoes de terra do território amazonico a empresas e grandes fazendeiros. O governo gastou na construção da Transamazonica, rodovia que deveria cruzar toda a floresta e permitir o transporte de minérios, gado, madeira e produtos agrícola. O resultado foi o aumento da concentração de terras por empresas de latifundiários criadores de gado.



Beneficíos e excluídos

O crescimento econômico do aumento da dependência da economia brasileira em relação aos capitais estrangeiros, acarretando um endividamento ao pais. Esse crescimento econômico beneficiou grandes fazendeiros, empresários e banqueiros, seus principais defensores. Alguns obtiveram melhoria em seus salários e no padrão de vida, passando a ter bens de consumo duráveis, facilitado pela criação de cartões de credito e consorcios. Os membros de classe média ampliaram seu ganhos investindo em aplicações bancarias ou ações na Bolsas de Valores. A politica economica dos militares beneficiou uma parte dos operários, principalmente das industrias automobilisticas e de autopeças. A massa dos trabalhadores do campo e das cidades não foi beneficiada por esse crescimento economico.

A propaganda

Os militares promoveram uma forte campanha publicitaria oficial, de cunho patriotico. Esse patriotismo foi intensamente explorado quando a seleção brasileira de futebol conquistou o tricampeonato mundial no Mexico, em 1970. Os jogadores foram tratados como herois em recepção no Palácio do Planalto. No mesmo periodo foram criados slogans do tipo "Brasil, ame-o ou deixe-o." O governo dos militares propagandeva que todos seriam benefiados pela expansão economica que levaria o pais ao "mundo desenvolvido".

Crise Econômica e protestos

Em 1973, os preços do petroleo começaram a subir no mercado internacional. O Brasil importava metade do petroleo consumido, a economia brasileira foi fortemente atingida pela crise . O comercio internacional redução das exportações brasileiras, e os juros cobrados pelos bancos internacionais subiram, agravando a divida externa. O Brasil passou a gastar com as importações e a exportar menos. O regime militar tentou contornar a situação e contraiu novos emprestimos o que elevou a divida externa. A crise seria passageira, o governo brasileiro deu continuidade a politica de investimentos em grandes obras, como rodovias e usinas nucleares. Tais gastos aumentaram o endividamento externo e agravaram a situação economica. Teve uma alta significativa no custo de vida e a inflação escapou do controle, diminuindo cada vez mais o poder de compra dos salários. Em 197 os eleitores das grandes cidades votaram maciçamente em canditos do MDB. Foram eleitos varios politicos de oposição para o Congresso Nacional, Assembleias Legislativas Estaduais, Prefeituras e Camaras de Vereadores. Em meio a crise economica e politica, o general Ernesto Geisel assumiu a presidência em 1974, o objetivo de estabelecer a legalidade democratica, Sua proposta incluia o fim da tortura de presos politicos, o abrandamento da censura e a redução do poder dos órgaos de segurança.


Ditadura militar e povos indígenas

Entre 1984 1985, o governo federal decidiu intensificar a ocupação da Amazônia por projetos agropecuários. Realizou, nesse período, novas marcações de áreas indígenas, com o objetivo de fazer um levantamento do território de que poderia dispor nos novos "planos de desenvolvimento".
Tal política possibilitou a abertura de estradas na floresta Amazônica, invadindo e retalhando territórios. Nesse processo, muitos povos indígenas que viviam isolados do não índios foram contatados. O efeito desses contados foi a extinção de vários povos.


A oposição se reorganiza

Os grupos de oposição aumentaram sua mobilização. Os estudantes retomaram as manifestações publicas, reinvidicando a volta da democracia. Nas grandes cidades movimentos contra a caristia e pela moradia, por setores da Igreja Católica. A imprensa passou a informar sobre as torturas que aconteciam nas prisoes, divulgando os nomes de pessoas que haviam sido presas e eram tidas pelo regime como "desaparecidas". Sindicatos, Ordem dos Advogados e outras reuniram-se para fundar o Comitê Brasileiro pela Anistia. Seu principal objetivo era lutar pela anistia para os presos politicos e pelo direito dos exilados de retornar ao pais. Os trabalhadores organizaram-se em comissoes de fabricas e retomaram os movimentos reividicatorios. Em 1978 e 1979 foram realizadas grandes greves que se tornaram marcos na luta contra a ditadura.


Novas formas de organização indígena

Na decada de 1970 foram criadas, por cientistas socias e profissionais liberais, organizações de apoio aos indios nas importantes capitais do Brasil como as Comissões Pró-Indio (CPI) e as Associações Nacionais de Apoio ao Indio (Anai). Centrode Trabalho Indigenista (CTI-SP) o Projeto Kaiwa-Nhandeva, a Operação Anchieta, ligada a Igreja Catolica, e a Comissão pela Criação do Parque Yanomami, Propaganda Povos Indigenas do Brasil que tinha como o objetivo organizar um trabalho de arquivoe levantamento documental paralelo, para contestar os dados sobre os povos indigenas. Em 1980 foi criada a primeira organização nacional dos indios, Uniao das Nações Indigenas (Unind), a organização mudou sua sigla para UNI e definiu sua principais bandeiras de luta: a demarcação das terras e o direito a autodeterminação, o direito de cada povo indigena determina seu futuro

Movimento negro e resistencia

Na propaganda oficial e patriótica dos governos militares, o pais era uma "democracia racial" em que todos viviam em harmonia. Os que procuravam discutir o tema de discriminação ou do preconceito eram censurados e tachados de "impatrioticos". Durante a década de 1970 surgiram novas tentativas de organização do movimento pelos direitos dos negros. Em 1975, o instituto de Pesquisa e Cultura Negra (IPCN), defendiam a utilização das estrategias dos ativistas negros norte-americanos na luta pelos direitos civis. Retomada das manifestações contra a ditadura militar, foi fundado o Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial, em 1979. Em 1980, os diferentes grupos passaram a destacar e valorizar a cultura afro-brasileira.

A ditadura enfraquecida


O gradual processo de abertura politica sofreu uma grande pressão popular, com isso João Baptista Figueiredo, assumiu a presidência em 1979.
Em 1979 também os militares deram anistia aos exilados e presos políticos, em 1980 MDB e Arena foram extintos, gerando um processo de reorganização partidária.
Em 1982 foram criados partidos para governadores nos principais estados. As manifestações populares ganharam novos impulsos no Rio de Janeiro e São Paulo onde desempregados e alguns trabalhadores saquearam supermercados.
O modelo econômico estava esgotado e os militares se mostravam incapazes de enfrentar essa situação.

“Diretas já!”

Em abril de 1984, foi apresentada ao Congresso Nacional uma proposta que instituía as eleições direta para presidente, com uma grande movimentação da população teve o nome de “diretas já”.
Mas essa proposta não foi atingida, pois não atingiu o numero de votos que precisava, ou seja precisavam de dois terços do congresso.
Alguns setores queriam a oposição da candidatura indireta do governador Tancredo Neves.
Tancredo foi eleito, mas não chegou a assumir o cargo. Pois adoeceu e teve que ser operado as pressas e acabou falecendo em 1985. Em seu lugar ficou José Sarney que apoiava os militares.