terça-feira, 28 de outubro de 2014

Era Vargas - Da Revolução Constitucionalista (1932) à queda de Getúlio (1945)

Revolução de 32

           Apesar das grandes mudanças ocorridas nos primeiros anos do governo Vargas, as elites cafeicultoras paulistas se sentiam insultadas pelo novo governo e pela pouca brecha que este dava às participações políticas dos paulistas. Esta insatisfação se devia também, em parte, ao fato de Julio Prestes, o candidato vencedor à presidência da república, deposto pelo golpe de 30, ser paulista. Não contribuiu em nada para melhorar esta insatisfação o abandono do sistema federalista de governo, tendo sido este substituído por outro, no qual o presidente escolhia governadores, e estes, escolhiam os prefeitos. Após um megacomício na praça da Sé, estouraram manifestações por todo o estado, fortemente reprimidas pelo governo federal. 

            Repressões estas que levaram à morte quatro jovens, cujos nomes (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo) formaram uma sigla que se tornou um símbolo do movimento. Após ambos os partidos, que tinham ficado em lados contrários à época da eleição de Júlio Prestes, se unirem em uma frente de combate ao Governo Federal, auxiliados por tropas de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e do Estado de Maracaju, uma unidade federativa não reconhecida, localizada ao sul do Mato Grosso. 





            Com exceção de quase meio milhar de homens, guerrilhando no Rio Grande do Sul, e das tropas maracajuanas, todos estes estados abandonaram a aliança, deixando os paulistas lutando em três frentes, sendo eles derrotados e, suas lideranças, exiladas. Apesar da derrota, esta revolta foi o estopim para a constitucionalização do país.


Governo Constitucionalista


           Getúlio criou uma nova constituição em 1934, estendendo o direito de voto às mulheres, tornando obrigatória a educação primária, instituindo o voto secreto e a votação indireta para presidente, o qual seria escolhido pelos votos dos deputados da Constituinte. Também criou, inspirado pela fascista Carta del Lavoro, de Mussolini, a Consolidação das Leis Trabalhistas,  ou CLT, a qual vigora até os dias atuais. também neste período surgem o Integralismo, de Plínio Salgado, baseado no Nazifascismo teuto-italiano, e o Aliancismo, de Luís Carlos e Olga Prestes, inspirado no Comunismo soviético. Foi forjado nessa época o Plano Cohen, um falso plano de um golpe socialista no Brasil. Isto levou a população a almejar a um Estado mais autoritário, o que, por sua vez, foi a desculpa necessária para Vargas dissolver a Constituinte e criar, em 1937, o Estado Novo.

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